CEV- 25-03-21
ESE - Cap. XVIII – QUE A MÃO
ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA.[1]
Fazer o bem
sem ostentação – Os infortúnios ocultos – O óbolo da viúva _ Convidar os pobres
e estropiados – Obsequiar sem esperar retribuição – Instruções dos Espíritos: A
caridade material e a caridade moral – A beneficência – A piedade – Os órfãos
– Benefícios pagos com ingratidão – Beneficência exclusiva.
Itens
17 – A Piedade.[2]
A
piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos. É a irmã da caridade, que
vos conduzirá a Deus. Deixai o vosso coração enternecer-se perante as misérias
e sofrimentos dos vossos semelhantes. As vossas lágrimas serão um bálsamo que
derramareis sobre as suas feridas, e quando por terna simpatia logrardes
levar-lhes a esperança e a resignação, que prazer não experimentareis então!
Esse prazer traz consigo certo amargor, é verdade, pois que nasce ao lado da tristeza,
mas, se não tem o travo dos gozos mundanos, também não encerra as pungentes
decepções do vácuo que deixam após si. Há nele uma suavidade penetrante, que
alegra a alma. A piedade, quando bem sentida, é o amor. O amor é devotamento, e
o devotamento, o esquecimento de si mesmo. Esse esquecimento, essa abnegação
pelos infelizes, é a virtude por excelência, a que foi praticada pelo divino
messias durante toda a sua vida, e que ele ensinou na sua santa e magistral
doutrina. Quando essa doutrina for reconduzida à sua primitiva pureza, e
admitida por todos os povos, há de trazer à Terra a felicidade, fazendo ai
reinar a concórdia, a paz e o amor.
O
sentimento mais apropriado a influir o vosso progresso, dominando o orgulho e o egoísmo, o que vos dispõe à
humildade, à beneficência e ao amor do próximo é a piedade. Piedade é essa que
vos comove até as entranhas diante dos padecimentos dos vossos irmãos, que vos
leva a estender ternamente a mão compassiva e vos arranca lágrimas de simpatia.
Não abafeis jamais em vosso coração essa celeste emoção, nem façais como os
egoístas endurecidos, que fogem dos aflitos, porque a contemplação das suas
misérias lhes perturbaria, por momentos, a alegria quando puderdes ser úteis. A
tranquilidade adquirida à custa de culposa indiferença, é como a do Mar Morto,
que esconde no fundo das águas a lama fétida e a corrupção.
No
entanto, quão longe está a piedade de produzir a perturbação e o enfado, que
causam espanto ao egoísta. Naturalmente que a alma experimenta, ao contato da
infelicidade de outrem e mergulhando em si mesma, um sobressalto espontâneo e
profundo, que a sacode e a afeta penosamente. Mas a compensação é grande, quando
conseguis transmitir a coragem e a esperança a um irmão inditoso, que, sente a
pressão de mão amiga e cujo olhar, a um
tempo orvalhado de lágrimas de emoção e reconhecimento, se volta docemente para
vós, antes de o fixar no céu, a fim de agradecer o haver-lhe enviado um apoio
consolador. A piedade é o melancólico e celeste precursor da caridade, essa
primacial virtude, de que é irmã, e que prepara e enobrece os benefícios.
(Michel, Bordéus, 1862).[3]
PIEDADE.[4]
[...]
A piedade é uma das mais belas modalidades do amor-abnegação, do
amor-sacrifício, que jamais pede coisa alguma e distribui tudo quanto possui!
[...] (87, L. 6, cap. 20).
[...][é
uma] prece viva [...]. (100, Viver)
A
piedade é a simpatia espontânea e desinteressada que se antepõe à antipatia
gratuita ou despeitosa. Ela deve induzir-vos à prática do socorro moral e material,
junto daqueles que no-la despertam, sem o que torna infrutífera. [...] a
piedade sincera [...] acatemo-la como força de renovação das almas e luz
interior da verdadeira vida, eternizada por Deus. (307, cap. 96).[5]
Cristo
está em mim e onde Ele está Deus tem que estar, pois Cristo é parte Dele.[6]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 595.
[2]
Idem, itens 17 - p. 602.
[3]
Idem, p. 603/604.
[4]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 698.
[5]
Idem.
[6]
Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação
Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição
em língua portuguesa, p. 173 . A primeira edição foi em 1976 – título original:
A Course in Miracles.
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