CEV- 01-04-21
ESE - Cap. XVII – SEDES
PEREFEITOS.[1]
Caracteres da
perfeição – O homem de bem – Os bons espíritas – Parábola do semeador –
Instruções dos Espíritos: O dever – A virtude – Superiores e inferiores – O homem
no mundo – Cuidar do corpo e do espírito.
Itens
3 – O homem de bem.[2]
O
verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e
caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios
atos pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem
que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém
tem qualquer queixa dele: enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe
fizessem.
Deposita
fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a
Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem
fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos terrenos. Sabe que
todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou
expiações e as aceita sem se queixar.
O
homem compenetrado do sentimento de caridade e amor ao próximo faz o bem pelo bem,
sem esperar recompensa; paga o mal com o bem, defende o fraco contra o forte e
sacrifica sempre seu interesse à justiça.
Encontra
satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, nas lágrimas
que estanca, nas consolações que concede aos aflitos. O seu primeiro movimento
é pensar nos outros antes que em si, é acudir aos interesses dos outros
primeiro que aos seus. (O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e os
prejuízos de qualquer ação generosa).
É
bom, humano e benevolente, para com todos, sem exceção de raças ou de crenças,
porque a todos considera irmãos.
Respeita
as convicções sinceras dos outros, e não maldiz os que não pensam
Em
todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele
que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o
seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um
sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta
ao dever de amar próximo e não merece a
clemência ao Senhor.
Não
guarda ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e
esquece as ofensas, e não se lembra senão de beneficiar, por saber que será
perdoado conforme houver perdoado aos outros.
É
indulgente com as fraquezas de outrem, por saber que também precisa dela, lembrando-se
das palavras do Cristo quando disse que, aquele que estivesse sem pecado,
atirasse a primeira pedra.
Não
se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem em evidenciá-los. Se a isso se
vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda
suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os
esforços emprega para poder dizer: no dia seguinte, que alguma coisa traz em si
de melhor do que na véspera.
Não
busca fazer prevalecer nem o seu espírito, nem os seus talentos em prejuízo de
outrem; ao contrário, descobre as ocasiões para fazer sobressair o que excede
nos outros.
Usa
mas não abusa dos bens que lhes foram facultados, sabendo que representam um
depósito de que terá de prestar contas, e que o emprego mais prejudicial que
lhes pode dar, é o de destiná-los à satisfação das suas paixões. Se nas
relações sociais alguns homens se encontram na as dependência, trata-os com
bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade
para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com seu orgulho, e evitar tudo
quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.
O
subordinado, de seu lado, compreende os deveres da sua posição, e mantém o
escrúpulo em os preencher conscienciosamente.
O
homem de bem, finalmente, respeita nos seus semelhantes todos os direitos
concedidos pelas leis da natureza, como quereria que respeitassem os seus.
Esta
não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem
quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais.
HOMEM.[3]
Há
no homem três coisas: 1º - o corpo ou ser material análogo aos animais e
animado pelo princípio vital; 2º - a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado
no corpo; 3º - o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre
matéria e o Espírito. (106, Introd).[4]
O
homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com
a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...].
O homem é um Espírito, que se utiliza de
vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o
corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas
encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.[5]
Deus
é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o
homem é a expressão mais alta. (50, pt. 1, cap. 9).
[...]
é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa
cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...] (52, pt.
1, cap. 9).
Preferimos
a definição de Bonald: “ O homem é uma inteligência servida por órgãos”.
Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba que o ignore.
[...] (64, v. 1, cap. 3).[6]
Depois da morte física, o que há de mais
surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no mundo espiritual]
aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e
mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não
somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos
filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência de
milênio. a milênio. [...] (268, cap. 3).[7]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 620.
[2]
Idem, itens 3 - pp. 620/621.
[3]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 418.
[4]
Idem, p. 419.
[5]
Idem.
[6]
Idem, p. 420.
[7]
Idem, pp. 423/424.
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