quinta-feira, 8 de abril de 2021

Simplicidade e pureza de coração.

 CEV- 08-04-21

ESE - Cap. VIII – BEM-AVENTURADOS OS LIMPOS DE CORAÇÃO.[1]

Simplicidade e Pureza de Coração – Pecado por pensamento. Adultério – Verdadeira pureza e mão não lavadas – Escândalos: Cortar a mão – Instruções dos Espíritos: Deixai vir a mim os pequeninos – Bem-aventurados os que têm os olhos fechados.

 

Itens 1, 2, 3 e 4 – Simplicidade e Pureza de Coração.[2]

Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus. (Mateus, V: 8.).

Então lhe trouxeram algumas crianças para que o tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava. (Marcos, X: 13-16.).

A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humanidade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade.

Poderia parecer inadequada essa comparação, considerando que o Espírito da criança pode ser muito antigo e traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que não se tenha despojado em suas precedentes existência. Só um Espírito que tivesse chegado à perfeição nos poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. É exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porque a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí  não dizer Jesus, de modo absoluto, que o Reino de Deus é para elas, mas para os que se lhe assemelhem.

Se o Espírito da criança já viveu, por que não se mostra, desde o nascimento, tal como é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura maternal pode conceder-lhe, e essa ternura aumenta, diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude. Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua, nele encontrasse, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto; e menos ainda, se conhecesse o seu passado.

Por outro lado, era necessário que a atividade do princípio inteligente fosse atividade demasiado intensa do Espírito, como se observa nas crianças precoces. Por isso, desde que se aproxima a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo e, durante algum tempo, fica numa espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades se acham em estado latente. Este estado transitório é necessário, para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena, tudo o que lhe pudesse vir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele, que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte, sustentado e secundado pela forte intuição, que conserva a experiência adquirida.

Desde o nascimento e à medida que os órgãos se desenvolvem, suas ideias voltam a tomar voo, gradativamente, podendo dizer-se que durante os primeiros anos o Espírito é verdadeiramente criança porque as ideias que formam  o fundo do seu caráter ainda estão embotadas. Enquanto os instintos dormitam, ele é mais flexível e, por isso mesmo, mais acessível às impressões que podem modificar sua natureza e fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa imposta aos pais. O Espírito reveste, pois, por algum tempo, a roupagem da inocência. E Jesus está com a verdade, quando, apesar da anterioridade da alma, tom a criança como símbolo da pureza e da simplicidade.[3]

CRIANÇA.[4]

[...] a personalidade da criança alberga um Espírito reencarnante, com vastíssimo repositório de material psíquico, formado através da evolução da alma, ao passar, por eras incontáveis, pelos vastos reinos mineral, vegetal e animal. Essa evolução culminou com a espécie humana, mas não para aí, estando destinada a atingir os níveis denominados angélicos. Sim, o Espiritismo ensina que a mente humana ainda está nos seus primórdios evolutivos e alberga em si as forças teleológicas que a impulsionarão para as culminâncias das consciências cósmicas, após milênios de futura evolução. (9, cap. 10).[5]

Para nós, uma criança que sofre é um Espírito encarnado a expiar faltas cometidas em anterior existência. Uma criança que vem ao mundo, ainda que por efeito de um crime, é um Espírito criado desde muito tempo, que tenta o desempenho de nova tarefa e sofre nova prova. Uma criança que morre é um Espírito cujo envoltório se destrói e que procurará outro, seja aqui, seja algures, depois ter sido para seus pais motivo da conquista de novos méritos, pelas aflições que lhes causou. (134, 11ª efusão).[6]

Segundo Emmanuel [O Consolador, q. 109], até aos sete anos de idade, o Espírito reencarnado se encontra em fase de adaptação à nova vida, e, por não existir uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica, é uma individualidade extremamente suscetível de receber as influências exteriores, a fim de consolidar os princípios renovadores para trilhar um caminho novo na vida. Daí a responsabilidade maior dos pais que precisam estar atentos às necessidades de seus filhos nessa fase. O que precisa ficar bem claro, contudo, é que não é a quantidade de tempo junto à criança que determina a qualidade do relacionamento no limitado tempo que tem para estar com ele. (204, Infância – tempo de semear).[7]

 



[1] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 570.

[2] Idem, itens 1, 2. 3 e 4 - pp. 570/571.

[3] Idem, p. 571.

[4] O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. – 5.imp. – Brasília: FEB, 2015, pp. 162/163 .

[5] Idem, p. 162.

[6] Idem, p. 163.

[7] Idem. P, 164.

Nenhum comentário:

Postar um comentário