CEV- 03-04-21
ESE - INTRODUÇÃO.[1]
Itens
2 – Autoridade da Doutrina Espírita.[2]
Concordância
universal do ensino dos Espíritos.
Sabe-se
que, em consequência da diferença de capacidade mental, os Espíritos estão,
individualmente, longe de possuírem toda a verdade; que não é possível a todos
penetrarem certos mistérios; que o seu saber é proporcional à sua elevação; que
os seres vulgares não sabem mais que os homens e até menos que muitos homens;
que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudossábios, que julgam
saber o que não sabem; sistemáticos, que tomam suas ideias pela verdade e,
enfim, que os Espíritos de uma ordem mais elevada, os que estão completamente
desmaterializados, são os únicos já despojados das ideias e preconceitos
terrenos; mas também é sabido que os Espíritos mentirosos não tem escrúpulos em
tomar nomes supostos para fazerem aceitar sua utopias. Disto resulta que tudo
quanto se acha fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que alguém
possa ter, tem um caráter individual, sem autenticidade, e devem ser
consideradas como opiniões pessoais de tal ou qual Espírito; e seria
imprudência aceita-las e promulga-las levianamente com verdade absolutas.[3]
GÊNESE
- Cap. I – Caráter da Revelação Espírita.[4]
Itens
2, 3 e 4.[5]
Definamos
primeiramente o vocábulo revelação. Revelar, do latim revelare, cuja raiz
velum, véu significa literalmente: sair de sob o véu e, em sentido figurado;
descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. Em sua acepção
vulgar mais generalizada, diz-se de toda coisa ignorada que se divulga, de
qualquer ideia nova que nos põe ao corrente do que não saibamos.
Deste
ponto de vista, todas as ciências que nos fazem conhecer os mistérios da
Natureza são revelações, e pode dizer-se que há para a Humanidade uma revelação
incessante. A Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a
Geologia revelou a formação da Terra; a Química, a lei das afinidades; a
Fisiologia, as funções do organismo etc.; Copérnico, Galileu, Newton, Laplace, Lavoisier,
foram reveladores.
A
característica essencial de qualquer revelação deve ser a verdade. Revelar um
segredo é tornar conhecido um fato; se a coisa é falsa, já não é um fato, por
consequência, não existe revelação. Toda revelação desmentida por fatos deixa
de o ser, mas se for atribuída a Deus e não podendo Deus mentir nem enganar-se,
ela não pode emanar Dele; neste caso deve ser considerada produto de uma
concepção humana.
Qual papel do professor diante dos discípulos,
senão o de um revelador? O professor ensina-lhes o que não sabem, o que não
teriam tempo nem possibilidade de descobrir por si mesmos, porque a ciência é
obra coletiva dos séculos e de uma multidão de homens que trouxeram, cada qual,
o seu contingente de observações aproveitáveis àqueles que vem depois. O ensino
é, pois, na realidade, a revelação de certas verdades científicas o morais,
físicas ou metafísicas, feitas por homens que as conhecem a outros que as
ignoram e que, se assim não fosse, as teriam ignorado sempre.[6]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 520.
[2]
Idem, itens 2 - p. 520.
[3]
Idem, p. 523.
[4]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda
– SP – A Gênese, p. 878.
[5]
Idem, p. 879.
[6]
Idem.
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